terça-feira, 22 de maio de 2012

Benfica, mini-balanço da atual gestão

Tenho assistido, de forma interessada, aos comentários e post, pro-vieira, anti vieira, pro-consenso, pro-revolução, anti-sistema, pro-sistema (tipo se não podes com eles não te juntes a eles mas faz como eles e melhor) na blogosfera benfiquista.
No que concerne às minhas preferências eleitorais, não vou tomar nenhum partido mas vou emitir opiniões. Infelizmente, neste momento, mais não temos que o Vieira e as suas façanhas (ora positivas, ora negativas) para comentar.








1 - situação financeira - não tenho conhecimentos profundos nesta área, só os suficientes para aflorar superficialmente o balanço e os resultados operacionais. vejo evolução nestes últimos e uma tendência para melhorar (novo contrato televisivo). No que concerne ao balanço, apesar do ativo cobrir o passivo, vejo com alguma preocupação o acréscimo das obrigações decorrentes dos recursos ao crédito bancário. Com mais peso no passivo de ano para ano. As sucessivas restruturações da dívida e o aumento das obrigações a curto e médio prazo tb não indiciam nada de bom. Porém, aparentemente, há liquidez, capacidade de investimento, e os ativos (equipa de futebol e infraestruturas como estádio, campus, etc.) tem-se vindo a valorizar, fruto de uma boa política de investimento. Creio que, tirando a parte do endividamento, que as bases para um Benfica sólido, com perspectivas de futuro e sustentável, estão lançadas.




2 - equipa de futebol - ao contrário de muitos outros, não tenho nada a dizer em relação à gestão deste item da vida do nosso clube. temos comprado bem, temos vendido melhor, ano após ano, desde 2009, temos tido equipas fortes coesas, pejadas de jovens talentos e jogadores de créditos firmados. Pode.-se apontar aqui e ali uma ou outra falha, mas faz parte do risco, estamos a falar de pessoas e não de edifícios ou outro género de ativos não subjetivos. se formos a ver até o Kaká falhou no Real. Witsel, Rodrigo, Di Maria, Garcia, Gaitan, David Luiz, Matic, Bruno César e Ramirez, são exemplos que, num curto espaço de tempo, comprovam a eficácia da política de contratações.
Não temos formação? temos, perdemos muito tempo, mas começam a despontar valores como o Nelson Oliveira ou Roderick. A capacidade do futebol sénior para integrar novos jogadores (jovens principalmente) e os potenciar augura um bom futuro para a nossa formação. Podem achar pouco, mas esta estrutura está funcional, quando, há alguns anos, nem existia (Um di maria teria sido enviado às malvas sem retorno algum na segunda época há pouco tempo atrás, só para dar o exemplo).


3 - estrutura de Futebol - Aqui há algumas falhas. os papeis de Rui Costa, Filipe Vieira na direção do departamento mudam com o vento (os resultados). A voz de comando alterna(neste momento o Rui não fala de todo). mas não é só neste capítulo que a falta de profissionalismo se reflete. a mudança sucessiva de treinadores de juniores, a integração de olheiros que em tempos trairam o clube, a restruturação do organograma da equipa técnica do futebol sénior (como a integração do manuel sérgio) , entre muitos outros exemplos, mostra que o modelo não está definido, que anda-se a tentar por tentativa e erro acertar. Falta, sem dúvida alguma, definir um modelo e figuras estaveis, que se mantenham no clube e na estrutura, independentemente da mudança de outros atores (como um treinador). Falta uma filosofia de gestão que se desdobre para todo o futebol, inclusivé o modelo tático, metodologias de trabalho, etc. Não quero com isto dizer que tenha de ser estanque. Não sou escravo da estabilidade a todo o custo, mas tem de haver uma visão e essa visão tem de ter reflexos na gestão de todas as categorias operacionais do clube.


4 -Relações externas e comunicação - creio que é a maior pecha desta direção. se noutros campos nota-se uma evolução, já neste capítulo a oscilação é enorme, por cada avanço há dois recuos. Em termos de política externa (nos meandros de poder do fut. português) o caminho até tem sido coerente. Coerente na falta de estratégias e objetivos! Nada mudou no futebol português, perdemos várias oportunidades, não geramos consensos nem marcamos posições. Ausência, pura e simplesmente de rumo. perdemos uma direção da liga e conselho disciplinar que nos favoreciam sem dar luta (Ricardo Costa, por exemplo). aceitamos a versão "amiga do sistema" sem dar luta, por, até a apoiamos, tendo perdido o campeonato seguinte por isso mesmo. Perdemos o timming de limpar a estrutura vigente com a passagem do poder da liga para a federação. Pior do que isso, permitimos a transposição dos detentores de poder de um lado para o outro sem oscilações. Ao nível de comunicação  é impossível fazer melhor. com tanta "coerência", com falta de estratégia de políticas, com contradições constantes, deixando os outros falar por nós, sendo meramente reativos em relação aos acontecimentos desportivos e políticos que nos afetam, mão é possível ter uma política de comunicação eficaz. A comunicação, para os adeptos, para os media é fraca. mas porque a estratégia da direção nestes items tb o é. não se pode pedir a um galo que cante alto e a bom som, para toda a gente ouvi-lo,  e colocá-lo no meio do grande prémio do estoril.



quinta-feira, 17 de maio de 2012

APV - in record


1 Desde o Apito Dourado que não me lembro de um campeonato tão escandalosamente condicionado pelas arbitragens. Se, no início, o Sporting teve razões de queixa, a partir do último terço o Benfica foi descaradamente “prejudicado”, na razão inversa em que o FC Porto foi beneficiado. Na última jornada até se inventou um penálti a favor do Braga, que iria tirar a Cardozo o troféu do melhor marcador, não fora o paraguaio, em cima do minuto 90, ter tido o justo prémio para a sua persistência.

2 O desfecho do Apito Dourado, apesar de ter havido árbitros castigados, permitiu ao FC Porto desvalorizar a condenação desportiva do Apito Final (perda de 6 pontos, não contestados, e castigo de 2 anos ao seu presidente) e levou a que se tivesse mantido o clima de suspeição generalizada sobre os árbitros, em que por vezes paga o justo pelo pecador. Há excelentes árbitros em Portugal, mas o facto de terem reações corporativas sempre que a honorabilidade de um deles é posta em causa (veja-se o que se passou com os ataques do Sporting a João Ferreira) impediu-os, nessa altura, de separar o trigo do joio e de contribuir para o saneamento da arbitragem em Portugal.

3 O chefe do FC Porto, ébrio de entusiasmo por um título que lhe caiu do céu, chamou ao Benfica “o clube do fascismo”. Ele sabe que é uma calúnia. Grave. Mas, tal como Jardim, na sua ilha, acha que pode dizer o que quer porque pensa, como Goebbels, que “uma mentira muitas vezes repetida torna-se verdade”. Eu prefiro pensar, como Lincoln, que se “pode enganar toda a gente durante algum tempo e alguma gente durante todo o tempo, mas não se pode enganar toda a gente durante todo o tempo”. Não há por aí um portista honesto que lhe diga: “Por que não te calas?!”

4 Roberto foi eleito o melhor guarda-redes da liga espanhola em 2011/12.

5 O “Sol” revela que Jesus é o melhor treinador português que passou pelo Benfica, e o 4º, entre portugueses e estrangeiros, com melhores resultados dos últimos 40 anos, à frente de Eriksson e ligeiramente atrás de Baroti e de Mortimore.

terça-feira, 1 de maio de 2012

freitas lobo e a razão que se lhe assistiu

LFL e outros que tais, com o "falhanço" do barcelona desta época vêm potencialmente validados os príncipios e modelos teóricos através dos quais vêm o jogo e o analisam e comentam. 
O modelo teórico, com o qual tentam aprisionar a realidade , não se adequa à realidade do futebol e isso foi completamente posto a nu pelo que guardiola e o seu barcelona realizaram nestes últimos anos.
Daí o seu regozijo com as falhas que entreviu no Barcelona contra o Real e o Chelsea, falhanços esses que validam (acha ele) a sua conceção incompleta e ortodoxa do futebol. Se o Barça tivesse ganho esses dois jogos ele de certeza que atribuíria a falhanços individuais do Chelsea e do Real não ao modelo.

Superficialmente pode-se estabelecer uma comparação com os geocentristas (que defendiam a centralidade da terra no universo) em que tudo o que observavam era interpretado sob a lente e de modo a validarem o seu erróneo e "wishfull thinking" conceito da realidade. distorcendo-a de modo a, não só validarem o seu pensamento, como também, num extremo oposto, darem um sentido à sua vida que está assente nesse conceito. 

Mais profundamente, é como a um católico, que vê as desgraças e os bons acontecimentos sob o desígnio maior de uma vontade incompreensível, para nós, de um deus, serem-lhe apresetadas provas cabais da inexistência de um tal deus. Daí só lhe restam 3 possibilidades. 1)ou passa a ver o drama como um drama e a felicidade como a felicidade, que em nada interessam e nada significam para um potencial deus. 2)ou enlouquece e renega a evidência; 3)ou vÊ a prova da não existência do deus específico em que crê como uma prova, um teste,  que o deus, específico em que crê, lhe colocou para que o crente mostre a força da sua fé.Uma evidência da não existência de deus só pode ter sido feita p deus


é o caso o AFB